quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Hábito de fumar vira "fumaça" com programa antitabagismo

70% das pessoas que ingressaram no programa conseguiram largar o vício do cigarro  

De que o cigarro possui mais de 4.700 substâncias tóxicas e faz mal a saúde todos sabem. Agora, fazer com que os fumantes criem consciência desse mal e larguem a dependência do cigarro não é uma tarefa nada fácil. É pensando nisso que a Prefeitura de Queimados, através da Secretaria Municipal de Saúde, implantou no município desde 2010 o Programa de Antitabagismo para fazer com que os fumantes larguem o vício de uma vez e tenham uma melhor qualidade de vida.

O programa consiste basicamente na criação de grupos de apoio que compartilham suas experiências com outros colegas para estimular a luta contra o fumo.  Durante o tratamento, os  pacientes usam medicamentos como adesivos à base de nicotina para inibir a vontade de fumar, goma de mascar e da possibilidade de uso do medicamento que reduz a ansiedade, a Bupropiona (Bup). Nos encontros, que acontecem ao menos uma vez por semana, uma psicóloga e um clínico geral acompanham os fumantes durante o período de tratamento. 

A secretária municipal de Saúde, Drª. Fátima Cristina, explicou sobre os procedimentos e o funcionamento do programa. "Com duração de um ano ou mais dependendo do caso, o programa de antitabagismo disponibiliza medicamentos que são distribuídos gratuitamente. Antes de fazer o uso dos medicamentos, os pacientes são encaminhados para uma bateria de exames clínicos de sangue, eletrocardiograma e raio-x do tórax. A medida é para evitar possíveis alergias às medicações e também para avaliar o grau de dependência do fumante", contou Drª Fátima.  

"Para largar o vício, primeiro temos que largar os maus hábitos" 

Para a coordenadora e psicóloga do programa, Selma Sardinha, é importante que o fumante tenha o desejo de largar o vício do cigarro já que em muitos casos o processo não é rápido. “Cada fumante tem uma história em relação ao cigarro, ou seja, cada caso que chega até nos é diferente do outro. Tivemos pessoas que pararam de fumar em apenas um mês e outras que levaram mais de um ano pra isso. Sempre digo nas reuniões que para largar o vício, primeiro temos que largar os maus hábitos. Pequenas atitudes podem fazer muita diferença no tratamento. Por exemplo, levar poucos cigarros à janela ao invés do maço é uma técnica para reduzir o consumo de quem fuma antes de dormir. Quanto mais afastado o cigarro está do fumante, menos tentação ele terá. Essa é uma das várias atitudes que podem ser feitas”, contou Solange. Ainda de acordo com Sardinha, quase 800 pessoas ingressaram no programa e 70% pararam de fumar.

Para os colegas de programa, o aposentado José Tomás Neto, de 66 anos, e a dona de casa, Maria José Ramos, de 53 anos, depois que participaram das reuniões de apoio em grupo suas vidas mudaram para melhor já que fumavam há mais de 30 anos. “Entrei no programa há três meses e já consigo ver a diferença. Percebi que minha respiração melhorou e consigo dormir melhor. Chegava a fumar 40 cigarros por dia e gastava R$ 460,00 por mês. Com esse dinheiro poderia pagar a prestação de um carro ou até mesmo de uma casa. Fui um tolo em fumar durante tanto tempo!”, contou José Tomas, que está há quase dois meses sem fumar e recebe um salário mínimo de aposentadoria.   

A dona de casa disse que entrou no programa por sentir cansaço e mal estar, além de ser pressionada pela própria família e amigos. “Felizmente estou parando de fumar. Achava que era impossível, mas não é. Faço parte do programa há um ano e tem um mês que não coloco um cigarro na boca. As pessoas do meu convívio não suportavam o cheiro e me pressionavam muito pra largar até que resolvi dar um basta”, contou Maria José, que chegava a fumar dois maços por dia.  
Cigarro mata mais que Aids, drogas, suicídios e acidentes de trânsito   

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o tabagismo é o responsável por cerca de 30% das mortes por câncer no Brasil, sendo 90% das mortes por câncer do pulmão, 25% por doença coronariana (coração), 85% por doença pulmonar obstrutiva e 25% das mortes por derrame cerebral. As doenças ocasionadas pelo fumo matam 3 milhões de pessoas no mundo por ano.  Ainda de acordo com OPAS, estima-se que o cigarro cause a morte de cerca de 30 milhões de pessoas no mundo até 2030. Atualmente, o tabaco é mata mais que a soma das mortes por Aids, cocaína, heroína, álcool, suicídios e acidentes de trânsito.

Para se inscrever no programa, os interessados devem ir a sede da Vigilância em Saúde (Avenida Irmãos Guinle, n° 673 - Centro, munidos com os documentos: CPF, Identidade, Comprovante de Residência e o Cartão do SUS. As reuniões em grupo acontecem as segundas, quartas, quintas e sextas, de manhã e a tarde. Mais informações pelo telefone: (21) 2665-5815.

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