sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Projeto Pedagógico valoriza história dos negros e índios nas escolas de Queimados

Estudantes da rede municipal de ensino levaram para a Praça dos Eucaliptos vários trabalhos desenvolvidos em sala de aula que visam dar um basta no preconceito racial

Dine Estela - Não tem como falar de formação da cultura brasileira sem recordar dos negros e índios. Eles estão presentes na comida, roupas e costumes. Visando valorizar essa história e dar um basta no preconceito racial, a Prefeitura de Queimados, por meio da Secretaria Municipal de Educação, realizou durante todo o ano letivo vários trabalhos com base na lei 11.645, que visa corrigir essa distorção social tornando obrigatória a inclusão da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”no currículo oficial da rede de ensino.

Nesta sexta-feira (24), aconteceu a culminância do projeto intitulado: “Encontros e Reencontros, Somos Todos Iguais nas Diferenças”, durante a realização de uma mostra pedagógica, que aconteceu na Praça dos Eucaliptos e reuniu todas as escolas e creches da rede municipal. Danças,  comidas e até um documentário  fizeram parte da atividade que aconteceu ao longo de todo o dia. O prefeito Carlos Vilela prestigiou a atividade que considerou um show de cidadania. "Precisamos reaprender a amar uns aos outros sem preconceito de raça e as crianças fazem isso muito bem", destacou.

O objetivo da mostra foi alcançado, o combate ao racismo através do conhecimento, mas o projeto continua, e este foi apenas o pontapé inicial, conta a Subsecretária de Educação de Queimados, Lina Vasconcelos, uma das idealizadoras da iniciativa. “Este projeto não começou ontem e nem terminará com essa mostra pedagógica. Estamos trabalhando há cerca de um ano com os professores, alunos e agora partiremos para a comunidade escolar de um modo geral, porque entendemos a importância de acabar de vez, tanto com o preconceito, quanto com o racismo em nosso país”, enfatizou.

Luzia de Fátima, responsável por implementar o projeto nas escolas, conta que o primeiro passo foi dado com as oficinas e a apresentação de uma nova literatura específica. “Apresentamos mais de 200 livros que contam a história dos negros e índios sob novas perspectivas, principalmente sob a ótica deles mesmos e não mais dos colonizadores. Acreditamos sermos pioneiros na implantação da Lei e estamos confiantes que o trabalho irá fluir”, acrescentou.

Combate ao preconceito

O Secretário de Educação de Queimados,  Lenine Lemos, além de professor também é um ativista contra o preconceito e conta empolgado com os resultados positivos da mostra. “Aqui em praça pública provamos mais uma vez que ninguém nasce racista ou preconceituoso, estes conceitos são aprendidos por uma sociedade adoentada e que precisa de remédio urgente, e nada melhor do que o conhecimento para curar essa doença da mente”, enfatizou.

Para as irmãs Maristela Ramos, 10, aluna e sua irmã Micaela Pereira, 11, ambas da Escola Municipal Ubirajara Ferreira, as agressões verbais já se tornaram comuns. “Já fui chamada de feia por conta da minha cor, dos meus cabelos e até já me compararam a um animal, como se só eu pudesse ter este ancestral né. Mas nem respondo mais nada, tenho pena dessas pessoas. Deixo pra lá. Esse trabalho é muito importante para conscientizar as pessoas que todos somos iguais nas diferenças”, enfatizou Micaela.

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